A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) apresenta na próxima segunda (23), às 15h e 19h, no Sesc Santo Amaro, o documentário “Acesso à Zona de Perigo”. Narrado pelo premiado ator britânico Daniel Day-Lewis, o filme Acesso à Zona de Perigo mostra dificuldades e riscos enfrentados por organizações humanitárias para levar ajuda a vítimas de conflitos armados. Depois da exibição, três profissionais da organização participarão de um bate-papo com o público. A entrada é gratuita.
Dirigido por Peter Casaer e Eddie Gregoor, o filme relata as dificuldades enfrentadas por organizações humanitárias, como MSF e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), para atuarem em locais de conflitos. As cenas iniciais mostram o exato momento em que parte da equipe de Médicos Sem Fronteiras que trabalha no campo de refugiados de Dadaab, no Quênia, foi obrigada a abandonar o local por questões de segurança. O filme segue retratando as dificuldades encontradas na Somália, na República Democrática do Congo e no Afeganistão.
Muitas vezes, o que impede a ajuda de chegar a esses lugares são militares, presidentes, membros de grupos armados, etc. Para furar esse bloqueio, MSF conta com sua neutralidade, imparcialidade e independência. “Esses princípios permitem que os profissionais possam atuar nas mais diversas regiões”, diz Vanessa Monteiro Cardoso, recrutadora e gestora de carreira do escritório de MSF-Brasil, que estará no Recife para participar do debate depois do filme. “Nós estamos presentes em situações de crise humanitária levando ajuda àqueles que mais precisam, independentemente de etnia, religião com convicções políticas. Além disso, não tomamos partido de nenhum dos lados dos confrontos. Isso facilita o nosso acesso àqueles que estão sofrendo e contribui para a nossa segurança. Mas não garante que jamais seremos alvos. É isso que o filme mostra.”, explica.
O documentário retrata o quão delicadas são as relações com as partes envolvidas no conflito, as concessões que precisam ser feitas e o nível de tensão aos quais os profissionais estão submetidos. As organizações humanitárias sempre trabalharam sob fogo cruzado, mas está cada vez mais perigoso fazer isso. Só na última década, mais de 230 agentes humanitários, nacionais e internacionais, foram mortos.
Sobre Médicos Sem Fronteiras – organização humanitária internacional que leva ajuda médica de emergência a vítimas de conflitos armados, epidemias, desastres naturais e a pessoas excluídas do acesso à saúde Criada em 1971 por médicos e jornalistas, a organização também tem o compromisso de chamar a atenção para o sofrimento de seus pacientes e para os obstáculos que impedem a oferta de ajuda. MSF hoje mantém projetos em mais de 70 países e conta com escritórios em 29 países, inclusive no Brasil. Esse trabalho é realizado por mais de 34 mil profissionais de todo o mundo que atuam nas áreas médica, logística, administrativa, finanças, comunicação, entre outras. Em 1999, MSF recebeu o prêmio Nobel da Paz.