A cerimônia de premiação do V Concurso de Poesia do Sesc Piedade foi realizada esta semana (15), na unidade, com apresentação dos vencedores e do espetáculo “Angelicus” (Grupo Matraca), texto de Hamilton Saraiva e direção de Rudimar Constâncio. No total, o concurso obteve 282 inscritos em 2015, o dobro do ano passado, apontando positivamente para uma crescente na produção literária do Estado.
Existe uma demanda incalculável de escritores, reais e potenciais, que anseiam levar suas obras ao conhecimento público. Cumprindo a relevante função como elo intelectual entre leitor e escritor, a Biblioteca José Mindlin, do Sesc em Piedade, realiza o Concurso de Poesia para revelá-los. “O concurso de poesia representa um projeto de grande valia e reconhecimento desta arte escrita, que vai além de simples palavras, mas que envolve o sentimento. Portanto o mais importante é dar crédito aos muitos poetas anônimos de nossa região e dar a eles a oportunidade de se apresentarem”, complementa Denílson Gomes, bibliotecário da unidade.
Abordando temas como natureza, o cotidiano, regionalismo e religiosidade, os interessados em participar do concurso, entregaram poesias inéditas, de sua autoria, identificadas apenas com o título e o pseudônimo de autor. A comissão avaliadora foi formada pelos escritores e poetas: Natanael Lima, Frederico Spencer e Nildo Barbosa. Dez produções receberam destaque e os premiados foram: ítalo Dantas de Goés Cavalcanti, primeiro lugar com “Visão noturna”; Felippe Luís Maciel da Silva , segundo lugar com ” Hora sagrada” e Cássio Henrique Tavares Bezerra, terceiro lugar com ” Solar”. A premiação foi de R$ 1.500,00 para o vencedor do concurso, de R$ 1.000,00 para o segundo colocado e de R$ 700,00 para o terceiro lugar.
Visão Noturna
(Ítalo Dantas de Góes Cavalcanti)
Entre o manto de Tânatos e os braços
de Eros, negros orbes vagueiam
postos à noite. Caem aos espaços
Infinitos – à lua cambaleiam.
Meus olhos erguem-se ao espetáculo
divino. O hermetismo de toda a era,
Uma gota de luz rasgando a esfera,
hemisférios de um mesmo receptáculo.
Sobre a grama, embalado contra o vento
frio. Deixar-se levar na imensidão
em percorrer o céu negro e irrestrito.
Ser, verdadeiramente, como são
as estrelas, e por um só momento,
sentir que o corpo é um mantra infinito.