O Palco Giratório, o maior projeto de artes cênicas em circulação pelo país, com curadoria do Serviço Social do Comércio (Sesc), encerra as atividades na capital pernambucana nesta quarta-feira (20), seguindo com o circuito pelo interior do Estado. A Cia. 5 Cabeças (MG), sobe ao palco hoje com o espetáculo “Cachorros Não Sabem Blefar”, às 20h, no Teatro Marco Camarotti, Sesc Santo Amaro.
A peça, com direção e dramaturgia assinadas por Byron O’Neill, promete trazer ao público reflexões sobre questões de intolerâncias presentes na nossa sociedade. “O espetáculo é uma metáfora da intolerância que a gente vê no dia a dia: pessoas que não se toleram pela sua opção sexual, pela escolha religiosa, pelo preconceito racial, etc. Nós já falávamos disso lá atrás, quando construímos o espetáculo, em 2010, e percebemos agora, 5 anos depois, que o tema faz ainda mais sentido. Várias pessoas que foram assistir, interpretaram rapidamente a mensagem da peça”, explica Ronaldo Jannotti, integrante da Cia 5 cabeças (MG). Os ingressos da peça no Recife custa R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Durante o mês, a montagem circula pelas cidades de Goiana (21), Caruaru (22), Arcoverde (24) e Triunfo (26). Nos dois últimos municípios haverá também o Pensamento Giratório, um dia antes das apresentações, que conta com a presença do grupo convidado Tropa do BalacoBaco, em Arcoverde.
Pensamento Giratório – O Pensamento Giratório é um momento de iteração, de troca de experiências, e debate entre grupos artísticos, com participação aberta ao público também. A roda de debate com os grupos Cia 5 Cabeças (MG), que circula todo o Brasil com o Palco Giratório 2016 apresentando o espetáculo “Cachorros não sabem blefar”, e o grupo convidado pernambucano Magiluth, aconteceu na tarde da última terça-feira (19), na Biblioteca do Sesc Santo Amaro. Os grupos conversaram sobre suas experiências no mundo do teatro e sobre “O Absurdo na Dramaturgia Contemporânea”.
Pela primeira vez no Palco Giratório, Ronaldo Jannotti, da Cia 5 cabeças (MG), ressalta a linguagem do absurdo dentro da peça. “Trabalhamos dentro da linguagem que chamamos ‘Teatro do Absurdo’, que aparentemente é algo sem sentido algum. Costumamos dizer que a vida é a coisa que existe de mais nonsense, muito mais que a própria arte ou teatro do absurdo”, explica.
Participantes da temporada 2015 do Palco Giratório, com a peça “Aquilo que meu olhar guardou para você”, e convidados do Pensamento Giratório, o grupo Magiluth (PE) destacou a importância do Palco para o artista. “O projeto contribui para que os artistas se encontrem e consigam falar do que pensam, das suas experiências no teatro. Criando, dessa forma, uma nova rede de encontros”, disse Erivaldo de Oliveira, integrante do grupo.