O penúltimo dia do V Congresso Internacional Sesc de Arte/Educação (28/7), foi destinada ao III Diálogo Interdisciplinar, que ocorreu no auditório do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) e contou com palestras de Antônio Ângelo Vasconcelos, da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal; Alexandre Furtado, da Universidade de Pernambuco (UPE); Célio Pontes, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e José Carlos Paiva, da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. A mediação do debate aberto após as apresentações ficou por conta da professora da UFPE Rosângela Tenório.
Iniciando o compartilhamento de experiências e novas ideias para a arte em sala de aula, o músico Antonio Ângelo apresentou, com slides, as práticas artísticas na educação e debateu sobre a convivência entre os diferentes, afirmando que não se deve desqualificar nenhum tipo de cultura, visto que cada lugar e cada povo carrega sua identidade e toda criação humana é cultura, tendo, portanto, o mesmo valor artístico. O português reforçou a necessidade de reconhecimento dos outros modos de ser e fazer de cada um, baseando-se num tempo colonial e pós colonial.
Em seguida, Alexandre Furtado deu continuidade à discussão. O professor de Literatura e Línguas passou para os congressistas a importância de reinterpretar a contemporaneidade de uma forma menos colonizada e encarar fronteiras como possibilidades de troca de experiências e não como um limite estabelecido. A desconstrução da colonização foi um tema debatido pelo professor em diversos momentos de sua fala, onde citou o etnocentrismo como principal causador desta leitura colonizada do ser humano atual. Alexandre, concordando com Antonio Ângelo, afirmou que a pluralidade e diferença fazem parte de um pós-colonialismo.
Na sequência dos convidados, Célio Pontes, arte educador e gestor cultural, refletiu a crítica pós colonial e dissertou sobre como se encaixar como militante cultural nos tempos atuais, frisando o papel da cultura como vetor estratégico do desenvolvimento. Ainda na atualidade, Célio se colocou consolidado em um pensamento global homogeneizado e com uma nova consciência planetária, onde o mundo dê mais espaço para espiritualidade do ser, sem foco nas religiões, mantendo um respeito à escolha do ser.
Antes do debate aberto para participação do público, José Carlos Paiva encerrou os diálogos abordando a importância do confronto à diferença, realizado com o conhecimento do próprio corpo, que leva o ser humano a valorizar sua cultura.