Tradicional na cena teatral local, o festival Janeiro de Grandes Espetáculos realizou sua 23ª edição levando aos palcos dos teatros pernambucanos, de 12 a 29 de janeiro, mais de 50 produções entre peças, shows e espetáculos de dança, além de ações formativas e ações paralelas. Divididas entre peças de teatro para adultos, crianças, espetáculos de dança e shows de música, as apresentações aconteceram em 14 espaços diferentes nas cidades do Recife e de Caruaru, sendo dois deles teatros do Sesc, o Marco Camarotti, no Sesc Santo Amaro, e o Rui Limeira Rosal, no Sesc Caruaru.
Promovido pela Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe), o Janeiro de Grandes Espetáculos – Festival Internacional de Artes Cênicas de Pernambuco, teve como homenageado o produtor teatral Sebastião Alves, que atuou na peça de estreia do festival, “Olha Pro Céu, Meu Amor”. A montagem narra a trajetória do ator e foi encenada pelo Grupo Feira de Teatro Popular nos teatros de Santa Isabel, no Recife, e no Rui Limeira Rosal, no Sesc Caruaru. Este último, também recebeu o espetáculo do Grupo Matraca de Teatro e Sesc Piedade, “Angelicus Prostitutus”, que mostra a prostituição encarnada em várias facetas, despertando punições através das moralidades medievais e interferências divinas. A peça, escrita por Hamilton Saraiva e dirigida por Rudimar Constâncio, aborda aspectos destrutivos dos desejos humanos num tom de comédia, incorporando elementos circenses tanto no texto, quanto nas interpretações.
Uma das novidades deste ano foi a estreia do espetáculo “A Gaivota”, dentre as dez premières do festival. A montagem é resultado do trabalho de formação de atores do Curso de Interpretação para Teatro (CIT) do Sesc Piedade e esteve em cartaz no teatro Barreto Júnior, de 25 a 27 de janeiro. O enredo tem como mote os conflitos de um jovem escritor. No palco, a oposição entre o Treplev, escritor novo, incompreendido e original, e Trigorine, autor tradicional, reconhecido e bem-sucedido nos meios artísticos, apresentando uma metáfora entre o novo e o velho. Os pequenos atos do cotidiano, a incomunicabilidade e o universo isolado de cada indivíduo, além da fatalidade dos destinos, estão presentes na cena.
CIT – O espetáculo é resultado de mais de dois anos e meio de trabalho. Seu processo criativo foi construído com muitas discussões entre os alunos e toda equipe de criação do Curso de Interpretação para Teatro do Sesc Piedade. O texto “A Gaivota” foi adaptado pela encenadora Sandra Possani e contou ainda com a provocação de muitos professores do curso. “A montagem pedagógica é motivada pelo desejo de construir e investir no desenvolvimento artístico e cultural da nossa cidade, promovendo a continuidade de um projeto teatral por meio de um trabalho sério, dinâmico e criativo”, explicou o gerente do Sesc Piedade, Rudimar Constâncio, que é supervisor geral da peça.
Premiação – Na noite da última sexta-feira (03/02), no Teatro Apolo, aconteceu a festa do Prêmio Apacepe de Teatro e Dança que premia os melhores artistas, produtos e peças que participaram do 23º Janeiro de Grandes Espetáculos – Festival Internacional de Artes Cênicas de Pernambuco. Foram mais de 25 estatuetas distribuídas entre as categorias de artes cênicas (adulto e infantil) e espetáculo de dança. Breno Fittipaldi, Jorge de Paula, Rita Marize, Ana Elizabeth Japiá, Márcia Cruz, Samuel Santos, Dielson Pessôa, Nadja Maria e Viviane Ferreira formaram o corpo de jurados. Algumas das categorias dos prêmios incluem Melhor Ator, Melhor Bailarina, Melhor Diretor, Melhor Figurino e Melhor Trilha Sonora.
O gerente de Cultura do Sesc Pernambuco, José Manoel Sobrinho, recebeu troféu concedido pela Apacepe por sua parceria e colaboração na trajetória do festival Janeiro de Grandes Espetáculos; assim como Rudimar Constâncio, que recebeu prêmio especial pela qualidade de produção nos espetáculos de conclusão do Curso de Interpretação para Teatro do Sesc Piedade.