Petrolina recebe, como parte da programação da Aldeia do Velho Chico – Festival de Artes do Vale do São Francisco, a exposição Caleidoscópio que reúne três artistas de diferentes gerações numa mostra conjunta. Daniel Santiago, representante da geração 1960, Gil Vicente, os anos 1970 e Marcelo Silveira, década de 1980. A mostra, que tem curadoria de Joana D´Arc Lima e patrocínio do Funcultura, funciona na Galeria de Artes Ana das Carrancas, do Sesc Petrolina, onde fica em temporada até outubro, seguindo para Garanhuns, e, posteriormente, para o Recife.
O mote para a exposição foi a potencialidade do caleidoscópio, que forma imagens virtuais à medida que o objeto é manipulado manualmente. Trata-se de um instrumento óptico que serve para criar efeitos visuais simétricos com o auxílio de um conjunto de espelhos e vidros coloridos. “Imagens fragmentadas, fraturadas, irreais, obtidas por meio da manipulação do outro e ou do gesto dos artistas interessam estar presentes nessa exposição. Juntar, justapor, manipular, inventar, enganar o olhar, construir um fractal – estrutura geométrica complexa cujas propriedades, em geral, repetem-se em qualquer escala – são gestos que resultam em trabalhos que estarão presentes na exposição”, detalha a curadora.
O artista Daniel Santiago produziu uma obra especialmente para a mostra. Ele aproveitou as reuniões semanais com outros artistas no ateliê de Christina Machado – das quais participa regularmente – para criar o seu próprio caleidoscópio (uma escultura de madeira com espelhos, 120 x 50 cm). A obra é um objeto interativo que o público poderá manusear produzindo uma sorte de imagens.
Gil Vicente vai expor a série Espelho Meu, que são desenhos recentes, em grande dimensão, e inéditos. Os trabalhos são compostos (cada imagem) por dois papéis (100 x 70 cm cada) cujas configurações variam, criando 16 possibilidades de composições/imagens (nos formatos 70 x 200 ou 100 x 140 cm). Ou seja, o trabalho, assim como o caleidoscópio de Daniel Santiago, cria uma grande quantidade de imagens possíveis.
Marcelo Silveira acompanha os colegas e também propõe um trabalho que aposta na variação das imagens, algo que está no cerne do conceito de Caleidoscópio, porém perturbando o espaço físico da mostra. Ele apresenta um objeto, uma porta giratória, que está ali para ganhar movimento através de uma operação manual, criando imagens e sombras que se modificam. O artista é o único que optou por atuar diretamente no espaço físico, quase como se desejasse transformá-lo em si num caleidoscópio.
A partir dessas referências, a proposta da mostra é reunir processos criativos e poéticas de três artistas para sobrepô-las em suas identidades comuns e nas suas diferenças. Segundo a curadora, as ideias de sobreposições de poéticas, o fazer junto, a cooperação, o fundir-se, o associar-se e o separar-se serão operados enquanto movimentos de criações coletivas.
Serviço:
Caleidoscópio – Daniel Santiago, Gil Vicente e Marcelo Silveira
Curadoria: Joana D´Arc Lima
Vernissage: 3 de agosto de 2017, às 19h
Visitação: 4 de agosto a 7 de outubro de 2017
Sesc Petrolina – Rua Pacífico da Luz, 618 – Centro – Petrolina
Telefone: 3866 7454
Terça a sexta das 8h às 20h e nos sábados e domingos das 16h às 20h