Mesmo com a distância, necessária por medidas de saúde, por causa da pandemia do novo coronavírus, o Sesc Pernambuco continua promovendo o debate e o estímulo à interação cultural. O Cine Sesc Coliseu, do Sesc Casa Amarela, indica semanalmente, filmes para serem assistidos gratuitamente pela plataforma da Cinemateca Pernambucana.
Ruas e avenidas, estradas e caminhos, a criatividade dos cineastas pernambucanos surge do olhar periférico entre a cidade e o interior. Assim como, o fazer artístico dos realizadores dialogam comumente entre o documentário e a ficção. Neste recorte, estaremos no limítrofe entre ambas. O documentário Rio Doce/CDU e o ficcional “Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo”, são as nossas dicas da semana.
O documentário “Rio Doce/ CDU”, mostra o cotidiano do ônibus que percorre há décadas, um árduo trajeto entre territórios da cidade. Estudantes, professores, vendedores, todos os passageiros enfrentam a viagem, um verdadeiro “tour” entre Olinda e Recife. O documentário de Adellina Pontual, conta histórias com relatos de passageiros curiosos e críticos, dentro e fora do coletivo. Os pontos turísticos do subúrbio também conduzem a narrativa criativa. O apreço ao imaginário popular da linha do coletivo, questiona a falta de investimento no setor e o sucateamento. A visão crítica do filme expõe o descaso com a população, refém da espera, sem alternativas transporte e acesso de qualidade.
A ficção, “Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo”, de Marcelo Gomes e Karim Aïnouz, percorre o interior e a solidão masculina. Um rodie movie pelas estradas do interior das cidades, e do interior do próprio personagem. O ator Irandhir dos Santos, interpreta José, um geólogo em pleno trabalho de campo com a difícil missão de mapear a vegetação árida e seu encontro consigo mesmo. Uma ficção com ares de documentário em primeira pessoa, onde o ator relata as dores e descobertas de territórios, sejam eles físicos ou psíquicos. O que faz pensar: Qual é o limítrofe entre a capital e o interior? E a documentário e a ficção? Embarque nessa aventura.
Cinemateca Pernambucana – tem um acervo com mais 250 obras disponíveis, com filmes de ficção, animação e documentário. Do curta ao longa-metragem. Obras com acessibilidade comunicacional, Audiodescrição (AD) para pessoas cegas ou com baixa visão; Língua Brasileira de Sinais (Libras) para pessoas surdas, e Legenda para surdos e ensurdecidos (LSE). Esses filmes são do acervo do projeto Alumiar, que faz do Cinema da Fundação o primeiro do Brasil a tornar acessíveis e exibir na sua programação regular filmes nacionais com três modalidades de acessibilidade.
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Rio Doce/CDU
Uma viagem pelos subúrbios de Olinda e Recife seguindo o itinerário da linha de ônibus Rio Doce/CDU. Esta linha cruza parte destas duas cidades pernambucanas, cortando antigos bairros, revelando uma diversidade de paisagens urbanas e de tipos humanos que habitam aqueles logradouros, ali trabalham, ou apenas se deslocam de um ponto a outro. No vai e vem das ruas, o ônibus segue seu percurso.
Documentário
Direção: Adelina Pontual
Ano: 2013
Duração: 72min
Produção: Chica Mendonça, Adelina Pontual
Produção executiva: Chica Mendonça
Roteiro: Adelina Pontual
Montagem: João Maria
Som direto: Thelmo Cristovam
Mixagem de Som: Gera Vieira, Catarina Apolônio
Fotografia: Beto Martins
Classificação Indicativa: Livre
Outras informações: Empresa Produtora: Chá Cinematográfico
Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo
José é um geólogo que foi enviado para o interior do Nordeste a fim de realizar uma pesquisa. Sua missão é avaliar o possível percurso de um canal que desviará as águas do único rio caudaloso da região. Na medida que a viagem acontece, as sensações de abandono e solidão do sertão nordestino tomam conta de José.
Direção: Marcelo Gomes, Karim Aïnouz
Ano: 2009
75 min
Produção: João Vieira Jr, Daniela Capelato
Produção executiva: Lívia Melo, Nara Aragão
Roteiro: Marcelo Gomes, Karim Aïnouz
Montagem: Karen Harley
Som: Waldir Xavier
Mixagem de Som: Ricardo Cutz
Trilha sonora: Chambaril
Fotografia: Heloísa Passos
Elenco: Irandhir Santos
Classificação Indicativa: 14 anos
Outras informações:
Direção de produção: Juliana Carapeba, Germana Pereira
Co-produção: Fabiano Gullane, Caio Gullane, Ofir Figueiredo, Chico Ribeiro.