No período em que a pandemia do novo coronavírus revolucionou a forma com o que o ensino está sendo realizado no Brasil e no mundo, ficou cada vez mais clara a necessidade de adaptar e, sempre, melhorar as plataformas de acesso à educação que estão disponíveis atualmente.
Pensando neste processo, a Rede de Vivências Formativas promoveu no último dia 15 de março um Fórum Ampliado, que contou com a participação de gestores, supervisores e orientadores educacionais, secretárias escolares, e o comitê Consultivo de Educação do Sesc PE, coordenado pela gerente de Educação Ana Freire.
O objetivo do Fórum foi debater soluções que possam ser adotadas pela rede Sesc PE para minimizar os impactos do déficit educacional causados pelas dificuldades geradas pela Pandemia, no ensino remoto e orientadas pela Instrução de Serviço n°. 2 de 2021.
A finalidade da instrução de serviço é dar suporte aos professores e professoras para que eles consigam identificar as dificuldades dos estudantes, em relação às competências e habilidades que estes deveriam ter desenvolvido no ano anterior e, ao verificar os possíveis déficits de aprendizagem, produzir um plano de ação para recuperação destas dificuldades.
No encontro, foram apresentados os instrumentos que devem ser utilizados no plano de diagnóstico das unidades. Além do plano pedagógico, foram exibidos planos socioemocionais, que influenciam diretamente na forma com que os alunos aprendem os conteúdos que são desenvolvidos nas aulas.
Além disso, o projeto é voltado para a criação de estratégias metodológicas, com base nos dados obtidos no relatório de Acompanhamento do Processo de Ensino e Aprendizagem, divulgado em 2020, bem como a diagnose docente. A avaliação diagnóstica, utilizada como base nesta instrução de serviço, serve para identificar a realidade do estudante que participa do processo; verificar se o aluno apresenta ou não habilidades e pré-requisitos ao longo do processo e identificar as causas e dificuldades recorrentes na aprendizagem.
Para Ana Freire, gerente de Educação da rede Sesc PE, a importância do diagnóstico do déficit educacional é parte essencial do plano de ensino. “A partir deste diagnóstico os professores e professoras estarão com maior propriedade para planejar e construir as sequências didáticas dentro de um panorama mais real da turma, do estudante. É preciso que os professores compreendam que seus estudantes viveram, como eles também, um ano de muitas dores e perdas. Perdas afetivas, perdas cognitivas e o acolhimento é uma ferramenta fundamental para garantir uma aprendizagem significativa”, declarou.
“Precisamos olhar para essa instrução de serviço como uma aliada. Ela vai nos fortalecer e mostrar como podemos recuperar o que nossos alunos não conseguiram em 2020”, conta Auxiliadora Padilha, coordenadora da Rede de Vivências Formativas, promovida pela Startup Prática.Edu na rede de escolas do Sesc-PE.
Ana também reforça a ideia de que os docentes precisam priorizar as dificuldades de seus estudantes. “Todos os professores devem ter, em suas práticas docentes, o diagnóstico das aprendizagens dos estudantes como pilar número 1 do seu planejamento, utilizando várias estratégias para esta avaliação diagnóstica. Conhecer os avanços e dificuldades dos estudantes, sobretudo num ano de pandemia da covid 19, onde professores e famílias precisaram se reinventar para trazer para a sala de aula virtual novas formas de ensinar e de aprender, é basilar para todo processo formativo”, completa Freire.
Todos os anos, a expectativa é de que essa diferença no sistema de ensino seja reduzida, mas em 2020, isso não aconteceu. A deficiência educacional brasileira, segundo pesquisa do Instituto Paulo Montenegro sobre o INAF (Indicador de Analfabetismo Funcional) afirma que mesmo com indivíduos saídos do analfabetismo absoluto, o nosso país, em 2018, possuía cerca de 29% de sua população composta por analfabetos funcionais. Para Ana, pensar no futuro da educação e em minimizar o déficit educacional é a esperança para 2021.
“Estou muito esperançosa de que, apesar de ainda continuarmos com a pandemia, de ainda estarmos com aulas presenciais e remotas, a comunidade escolar está conseguindo lidar melhor com este novo formato educacional na nossa Rede de Escolas Sesc/PE. Sabemos que a presença física, na educação básica, faz toda a diferença, principalmente na Educação Infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, mas as aulas remotas estão tendo uma maior adesão por parte das famílias e dos estudante, pois eles também precisaram aprender a utilizar as ferramentas tecnológicas para que pudéssemos entrar em suas residências. Os desafios na educação ainda são muitos, mas está sendo um ano, para as escolas Sesc PE e famílias, com menos angústia e mais aprendizado”, contou.
A Rede de Vivências Formativas vem promovendo, para todas as unidades do Sesc, oficinas e ações voltadas para a melhoria da sala de aula virtual. As formações abrangem as mais diversas plataformas que, hoje em dia, são consideradas essenciais para a realização do ensino híbrido