Em todo o país, 51 escritores se encontram com o público nas mais de 492 atividades, entre bate-papos, contações de histórias, oficinas de criação literária, entre outros
A literatura toma conta do país com mais uma edição do Arte da Palavra – Rede Sesc de Leituras, o maior circuito literário do Sesc, que inicia sua itinerância com a participação de 51 escritores, que estarão junto ao público em bate-papos, oficinas, narração de histórias e performances poéticas, entre outras atrações de sua programação. As próximas paradas são em Goiana, São Lourenço da Mata e Piedade, respectivamente nos dias 26, 27 e 28 de abril, num encontro com os autores Regina Azevedo (RN) e Jefferson Tenório (RS).
O itinerário pernambucano do Arte da Palavra totaliza 45 atividades nas unidades do Sesc em todo o estado, divididas entre os circuitos de Criação, de Oralidades e de Autores. A programação teve início com a oficina do bonequeiro Danilo Furlan (PR) trazendo novas formas de contar histórias através do teatro de bonecos. Até dezembro, o projeto vai percorrer 140 cidades de todas as regiões brasileiras, somando mais de 492 atividades.
Formada em Letras e mestranda em Literatura Comparada, Regina Duarte participa pela primeira vez do Arte da Palavra trazendo uma imensa bagagem de experiência. Escritora desde os 12 anos de idade, ela é autora de seis livros de poemas e acumula passagem por diversos saraus em todo o país, além de encabeçar projeto o Iapois Poesia, que leva saraus para toda parte do Rio Grande do Norte junto a artistas em formação da cena local e grandes nomes nacionais como Ana Elisa Ribeiro e Gregorio Duvivier.
A jovem escritora relata que a palavra está presente na sua vida diariamente e destaca a importância de democratizar o acesso à literatura. “Muito se fala que as pessoas não leem, mas pouquíssimo se discute o porquê. O Arte da Palavra dá um grande passo em direção à aproximação entre leitores e autores, mas também entre escritores e quem ainda não necessariamente gosta de ler”, pontua.
Jefferson Tenório, carioca radicado em Porto Alegre, completa a mesa de diálogo. Doutor em Teoria Literária, estuda sobre colonialismo, pós-colonialismo, identidade e diáspora africana na pós-modernidade. Teve seu primeiro romance – O beijo na parede – publicado em 2013, e foi vencedor do Prêmio Jabuti (2021) na categoria romance com o livro O avesso da pele.
Pernambuco presente
Três talentos da literatura pernambucana circulam pelo país nesta edição do Arte da Palavra, são eles:
Odailta Alves, escritora, mulher, negra e antirracista, cria da favela de Santo Amaro e doutoranda em Linguística pela UFPE. Autora de sete livros, em 2022, ganhou o prêmio Penalonga de Teatro de PE, com o seu monólogo Clamor Negro. Participa do Circuito de Autores em SP, SC, DF e RJ.
Adiel Luna, coquista, mestre de baque solto, violeiro, cantador repentista e cordelista. Traz em sua bagagem brincante o respeito aos mestres da cultura popular, os terreiros tradicionais e as
oralidades destas manifestações. Contribui no Circuito Oralidades nos estados do Pará, Goiás e Espírito Santo.
Clécio Rimas, poeta popular, produtor musical e arte-educador, envereda pela tradição oral dos repentistas costurada junto experimentação com beats eletrônicos. Para o Arte da Palavra, Clécio Rimas comemora os 10 anos de realização da sua oficina “Cordel, Embolada, Repente e Rap”, trazendo-a para a programação do circuito em MG, RS, PI, CE, MA e RN