Até 24 de novembro, Galeria de Artes do Sesc Casa Amarela celebra a memória do cartunista que figurou por 30 anos na imprensa de Pernambuco
Autor de mais de oito mil charges, Lailson de Holanda Cavalcanti foi um nome recorrente nas páginas dos jornais recifenses com seu humor e críticas afiadas. Parte deste legado estará na exposição Traço e Compasso – As Múltiplas Expressões de Lailson, que faz residência no Sesc Casa Amarela até 24 de novembro, aberta para visitações de segunda à sexta, das 9h às 17h, entrada gratuita. Escolas e grupos interessados podem agendar excursões através do educativocasaamarela@sescpe.com.br.
“Era um artista de grande versatilidade. Produzia cartum, charge, ilustrações e histórias em quadrinhos. Mas a veia de chargista sempre se destacou. Lailson trazia a crítica social como parte de sua essência, sempre coberta por um verniz de humor. A exposição mostra essas suas várias facetas. Lailson tinha muitos talentos e personalidade única”, explica Samuca Andrade, curador da exposição.
Nascido no Recife e criado nos Estados Unidos, publicou suas primeiras charges aos 17 anos no jornal escolar The Pine Cone (Arkansas, EUA), sendo premiado com o Award for Best Original Artwork da Arkansas High School Press Association em 1971. Além dos desenhos e cartuns, também se dedicava à música. Ainda no início dos anos 70, em parceria com Lula Cortês, lançou o disco Satwa, considerado o marco inicial da psicodelia pernambucana.
Mas o núcleo de sua vida profissional foi como desenhista e diretor de arte, circulando pelas principais agências de publicidade de Pernambuco. Sua estreia na imprensa do estado foi em 1975, com a publicação de uma reportagem em quadrinhos de duas páginas para o Jornal da Cidade.
Lailson faleceu aos 68 anos de idade, em outubro de 2021, vítima da Covid-19. Deixou cerca de 20 livros publicados, organizou as edições do Salão Internacional de Humor e Quadrinhos de Pernambuco de 1999 a 2005 e acumulou 12 prêmios nacionais e internacionais ao longo de sua carreira.