Em sua 20º edição, o Palco Giratório, o maior projeto de artes cênicas em circulação pelo país, chega a Pernambuco a partir do próximo dia 4 de abril. A iniciativa traz 36 apresentações de espetáculos, sete a mais do que a edição do ano passado, um seminário, uma Mostra Comemorativa, 10 Pensamentos Giratórios, 13 oficinas, além de três intercâmbios, sendo dois na cidade do Recife e um em São Lourenço da Mata. Até o mês de novembro, 11 grupos aportam em 17 unidades do Sesc. Se apresentam aqui companhias de oito estados:Rio de Janeiro, Bahia, Ceará, Distrito Federal, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
A abertura no Recife acontece no Teatro Marco Camarotti com o intercâmbio na terça-feira (4), às 20h, com a peça “Angu de Sangue”. O espetáculo é do grupo pernambucano Coletivo Angu de Teatro e expõe diferenças sociais e ideológicas de uma grande metrópole. Nos dias 5 e 6 de abril, às 20h, o público poderá conferir no teatro a apresentação da Aquela Cia. de Teatro, do Rio de Janeiro, primeira do circuito a chegar ao Estado. A companhia traz a montagem “Caranguejo Overdrive”, um dos destaques da programação deste ano, às 20h. No enredo, a história de Cosme, ex-catador de caranguejos no mangue na metade do século XIX. Ele é convocado para integrar as forças brasileiras na Guerra do Paraguai, enlouquece no campo de batalha e ao voltar ao Rio encontra uma cidade em transformação. O texto é assinado por Pedro Kosovski e a direção é de Marco André Nunes. A peça é vencedora dos prêmios Shell. Os ingressos custam R$ 10 (meia) R$ 20 (inteira).
Ainda no dia 6, às 15h, haverá o Pensamento Giratório, que é um espaço para reflexão e discussão sobre o trabalho e pesquisa dos grupos envolvidos. O acesso é aberto ao público e participam Aquela Cia. de Teatro e o Coletivo Angu. “A novidade deste ano do projeto é a realização de um Seminário em algumas cidades do Brasil, inclusive no Recife. De abril a novembro, o Estado receberá espetáculos e ações formativas. Além de fomentar a produção artística local, provocando questões lançadas em todas as cidades, inclusive no interior do estado, o objetivo do Palco é formar públicos e incentivar o pensamento crítico através da apreciação estética da cena”, defende a coordenadora de Artes Cênicas do Sesc Pernambuco e curadora do projeto no estado, Rita Marize.
No próximo dia 10 de abril, acontece o intercâmbio com o grupo Experimental, que apresenta o espetáculo “Pontilhados”, às 16h, no Recife Antigo, com saída da sede da companhia. Já no dia 11, A Outra Companhia de Teatro, da Bahia, num misto de teatro de rua, intervenção urbana e performance, leva gratuitamente a montagem “Ruína de Anjos” a Praça do Arsenal. O espetáculo tem como mote a reabertura de um cinema de bairro e a esperança de renovação que ela traz para aquele lugar, que no passado viveu um apogeu e hoje está no abandono. O enredo conduz o público a discutir sobre violência, marginalidade, tráfico de drogas, invisibilidade social, comercialização da fé e gênero. A direção de cena, a dramaturgia e o texto são de Luiz Antônio Sena Júnior a partir da improvisação do elenco. No dia 12, A Outra Companhia de Teatro participa do Pensamento Giratório às 15h no Teatro Capiba, que fica no Sesc Casa Amarela, com o Grupo Experimental.
Durante o mês, a cidade de Petrolina, no Sertão pernambucano, recebe as ações do Palco Giratório dentro do Aldeia Vale Dançar, braço do projeto. No dia 24 de abril, será movimentada oficina com a diretora Denise Stutz, do Rio de Janeiro, às 9h. No dia 25, às 19h30, o Teatro Dona Amélia recebe o espetáculo de dança “Finita”, do grupo Denise Stutz. No palco, reflexões sobre a qualidade de um movimento que pronuncia a dança e como construir a partir de uma brecha possível a presença e a ausência, entre o que ainda vive, mas já não existe mais. No dia 26, às 15h, é a vez do Pensamento Giratório na sala de teatro do Sesc Petrolina com entrada gratuita.
No mesmo dia (26), 19h30, tem o espetáculo “A beira de…”, com Silvia Moura, do Ceará, no Teatro Dona Amélia. No palco, a montagem aborda a sensação causada por várias insatisfações, interagindo com o público que ilumina a peça e procura um lugar para assistir o trabalho da melhor forma. Os ingressos custam R$ 2 (comerciário), R$ 5 (meia) e R$ 10 (inteira).
No dia 27, Silvia Moura apresenta a performance Corpo Lixo, no centro da cidade, às 17h. No dia seguinte (28) tem a oficina com a atriz às 9h e o Pensamento Giratório gratuito às 15h, no Sesc. Os interessados em participar das oficinas podem se inscrever no ponto de atendimento da Unidade. O valor custa R$ 5 (comerciário), R$ 10 (meia) e R$ 20 (inteira).
Aldeias – Braço cultural do Palco Giratório, as Aldeias recebem ações de várias linguagens artísticas como teatro, música, dança, cinema e ações formativas, potencializando a cadeia da produção artística local, como atores, produtores e espectadores. É organizada pelos Departamentos Regionais do Sesc durante a passagem de espetáculos do projeto pelas regiões. Nesta edição, serão desenvolvidas quatro ações: Aldeia Vale Dançar, de 19 a 29 deste mês, e a Velho Chico de 1 a 12 de agosto em Petrolina, Aldeia Yapoatan de 15 a 24 de setembro em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, e Olho d’Água dos Bredos de 17 a 26 de novembro em Arcoverde.
Circuito especial – Nesta edição, o Palco homenageia a “Oi Nóis Aqui Traveiz”, do Rio Grande do Sul, que passará por 19 cidades ao longo do ano. A companhia estreia seu novo espetáculo – “Caliban – A Tempestade” – no circuito especial. A montagem é um trabalho de rua que celebra os 39 anos do coletivo, que é um dos mais relevantes do país. Em Pernambuco, o grupo aporta na Aldeia Olho d’Água dos Bredos, em novembro, e fecha seu circuito nacional no Recife.
Seminário – Pela primeira vez, o Palco Giratório conta com Seminários para discutir aspectos relevantes das políticas públicas para as artes cênicas entre outros temas voltados as diversas linguagens artísticas.
Projeto – O Palco Giratório é hoje um dos maiores projetos de artes cênicas em circulação no Brasil, promovendo apresentações nas linguagens do teatro, da dança e do circo, além de performances e happenings. Até dezembro, a iniciativa visitará 144 cidades em 26 estados e no Distrito Federal. Este ano, participam 20 companhias, que somarão 685 apresentações artísticas e 1.188 horas de oficinas nas artes cênicas. Com uma curadoria formada por profissionais do Sesc, a programação apresenta uma amostra importante da produção cênica brasileira. Os espetáculos são apresentados simultaneamente, percorrendo todos os estados brasileiros. Ao longo de 19 edições, o Palco Giratório levou uma grande variedade de gêneros e linguagens artísticas para um público diversificado em 9.526 apresentações em todo o país.