Uma das personagens negras mais emblemáticas da história do Brasil é tema de uma ação que o Sesc realiza nesta sexta-feira (5/08), em Caruaru. É a gira de leitura “Saberes Ancestrais Femininos – Memórias de Tereza de Benguela”, que faz parte do Festival Quariterê. Coordenada pelo núcleo de estudos da Biblioteca Álvaro Lins, da unidade, a atividade acontece às 14h, neste espaço, com entrada gratuita.
A convidada desta gira de leitura, que se traduz como um movimento e partilha de informações, a partir de leituras prévias de textos ou livros, é Íris Barbosa, intelectual e feminista negra, mestra em ensino de História pela UFPE e coordenadora do Grupo Mulheres Negras Xica Manicongo. Na conversa, ela vai abordar questões que colocam a mulher negra como centro das transformações sociais da história do país, a exemplo de Tereza de Benguela.
Tereza foi líder do Quilombo Quariterê (daí vem o nome do Festival idealizado pelo Sesc) por 20 anos, resistindo contra o governo escravista e coordenando as atividades econômicas e políticas da comunidade, localizada onde hoje é a fronteira do estado do Mato Grosso com a Bolívia. Ela se tornou rainha do quilombo e, sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas, até 1770, quando a localidade foi destruída e a população morta ou aprisionada.
O Festival Quariterê tem como proposta levar ao debate da sociedade diversos temas que têm a mulher negra em sua centralidade nos saberes e fazeres. Em 2023, o tema norteador das ações é o afrofuturismo, termo que busca descrever as criações artísticas que, por meio da ficção científica, inventam outros futuros para as populações negras.
“Nossa expectativa é a de que a discussão venha a proporcionar ao público um olhar diferenciado sobre o papel de nossas ancestrais negras na transformação social do nosso país”, afirma Ana Carolina Silva, bibliotecária do Sesc Caruaru.
Foto: Tereza de Benguela – Acervo Fundação Palmares